sábado, julho 07, 2007


Futuro que não o é....


O Homem apesar de ser único ser racional acaba por ser o mais estúpido, não fossemos nós eternos insatisfeitos; insatisfeitos connosco, com os outros, com o que temos e até com o que queríamos ter.
Em criança sonhamos crescer e chegar a adulto, nada nos atrai mais do que a liberdade, o poder fazer o que queremos, sair, conduzir, etc. um conjunto de coisas que nos dão a sensação de sermos os donos das nossas vidas. Mas quando chegamos a adulto a realidade é outra: problemas, responsabilidades, muitas chatices, envelhecer e é ai que desejamos voltar a ser crianças.
Passamos grande parte da nossa vida a lamentarmo-nos do que temos, sem nunca saber dar o devido valor às coisas (até ao momento que as perdemos e ai desejamos voltar a ter ou lamentamos ter perdido sem retorno) e a desejar arduamente outras (até ao momento em que as temos e ai passamos a não dar o devido valor, tal e qual fazemos com o que já tínhamos).
Somos estúpidos, somos pretensiosos, não há remédio para estes males.
Criamos as nossas rotinas, sem nunca sermos heróis de nada, mas sabendo que pelo menos somos os protagonistas da nossa história de vida e que organizamos tudo para vivermos bem e sermos felizes, mas embatendo sempre na nossa eterna insatisfação e teimamos em acreditar que podemos preparar o nosso futuro, mesmo sabendo que no passado não nos preparámos para o presente, porque todas as nossas concepções foram-se alterando ao sabor das nossas birras, caprichos e pseudo-necessidades.
Cláudia

1 comentário:

Sara disse...

Interesses, desejos, caprichos, emoções, ambições,... a vida é feita disto. É o mundo a que um dia chamaram de "mundo dos humanos", um mundo cheio de pequenas coisas, realizáveis ou não, que nos complicam a vida e transformam o que poderia ser simples, numa coisa ligeiramente mais complicada. É este o limite entre o Homem e os Animais, é isto que nos distingue. Nunca viste um Urso a queixar-se que o peixinho que apanhou no seu rio preferido não estava tão saboroso como ontem, nunca viste um Urso queixar-se de coisas que nós, Humanos, nos queixamos. Somos insatisfeitos, é um dado adquirido, tipo uma lei estabelecida há muito tempo, diria mesmo, um conceito de vida. Quanto ao voltar a ser criança, toda a gente quer, mas só quer porque sabe que não é possível, porque se fosse ninguém o queria voltar a ser. Cada etapa da vida de uma pessoa tem o seu próprio tempo, e tudo faz sentido porque acontece naquele tempo, porque se fosse um ano depois, ou um ano antes, deixaria de fazer tanto sentido. Quando nascemos e começamos a crescer, vamos tomando consciência que na vida teremos que passar por tudo: sentimentos e sensações boas e sentimentos e sensações más. Não é ilusão, é outra regra deste mundo. Não há como fugir a isto. No entanto, obviamente, que há diferenças entre as pessoas, umas que vivem esses tais sentimentos menos bons durante 15 minutos e outros que, inevitavelmente estão destinados a senti-lo por mais um bocadinho. Crescer é isto mesmo, aprender e aprender, evoluir, desenvolvermos estratégias de vida, planearmos momentos felizes, traçar caminhos, desejos, sentir energias positivas e fazer com que elas se mantenham à nossa volta, só com capacidade de perspicácia e inteligência é que o conseguimos, e é aqui que se vê a fronteira entre o que é racional (nós) e o que não é (o tal urso... ou outro animal, não racional, qualquer). No fundo somos felizes à nossa maneira, à sua própria maneira, e é isso que temos que absorver deste mundo. É só isso.
Quanto ao presente, é maravilhoso, e é maravilhoso quando dentro de nós existem perspectivas, existem ambições, desejos, quereres e acima de tudo muito amor e muita vontade. E não podemos fugir do nosso presente, não podemos. Temos que conseguir adequa-lo, como um livro, talvez, onde vais escrevendo calmamente a tua vida, onde vais escrevendo e deixando as tuas próprias marcas. E isto é o mais fascinante do mundo, é sentires que és um ser único, um ser que orgulho de ti próprio, que sente que é capaz de saltar pequenos buracos que nos aparecem no caminho, que no fundo são simples banalidades ao olhos que quem é forte e capaz de vencer.